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Gabriela Vieira:

Natural do Rio de Janeiro, mais precisamente Araras, um vale na serra de Petrópolis. Geminiana. Botafoguense com muito orgulho, lançada no mundo com 17 anos, quando comecei minha carreira como modelo. Desde então cigana, curiosa por natureza, apaixonada por viagens, culturas diversas, línguas, culinária e até um pouco de moda...

Morei 5 anos em Milão, 2 em Paris e nos ultimos quase 6 anos, em Nova York. Atualmente de volta a minha origem e cidade do coração, Rio de Janeiro (mas sabe se lá até quando...)

 

Chapada Diamantina - 3 dias no Vale do Pati

Updated: Jul 1, 2021


Vale do Pati

Porquê ir:

A travessia do Vale do Pati, com paisagens surreais, formações rochosas milenares, cânions imensos e mirantes de tirar o fôlego, é considerada uma das mais lindas do Brasil ! No vale não existe acesso para carros ou qualquer outro meio de transporte, ou seja, só é possível conhecê-lo a pé.


Depois de passar três dias isolada, sem sinal de telefone ou wi-fi, andando por esse vale mágico e superando inúmeros desafios, a minha sensação foi de ter estado em outra dimensão. E confesso que ao atravessar "o portal" na saída do Pati, eu já estava querendo voltar!!!


Onde fica:

O Vale do Pati fica na Bahia, no "meio" do Parque Nacional da Chapada Diamantina, há aproximadamente 430 kms, ou 6 hrs de viagem de carro, de Salvador.


Mapa Chapada Diamantina

Como chegar:

A empresa de ônibus Rápido Federal faz o trajeto entre Salvador e a cidade de Lençóis, a principal cidade em torno da Chapada, em dois horários por dia. A viagem dura cerca de 6hrs e 20 minutos.

(Ps: leve agasalho pois o ar-condicionado do ônibus é glacial!)

Se estiver em grupo, vale mais a pena alugar um carro.

De Lençóis é preciso percorrer mais duas horas de viagem de carro até Guiné, onde fica o principal e mais fácil acesso ao Vale.


Existe também um aeroporto em Lençois com voos operados pela Azul, mas que no momento atual da pandemia não esta funcionando.




Quando ir:

Visitar a Chapada é indicado o ano todo, até no verão e meses mais quentes quando chove mais, pois a probabilidade de ver as cachoeiras com mais volume de agua é maior. No entanto, as chuvas também dificultam a locomoção nas trilhas com terreno mais difícil. Eu fui em meados de maio, peguei dias lindos sem chuva, mas cachoeiras com pouca água (o que também poderia ter sido diferente caso tivesse chovido nos dias anteriores).

Dicas sobre "O que levar" no fim do post.


Roteiro:

Como viajei sozinha, optei por contratar todo o traslado, a travessia e os passeios, desde a minha chegada em Lençóis, com uma agência de viagens. Depois de muito pesquisar, escolhi a Volta ao Parque, , prq gostei do roteiro sugerido para o pouco tempo que eu tinha disponível.


Existe também uma opção de fazer 5 dias no Vale do Pati, saindo por Andaraí no último dia.


1• Dia:

Acessamos o parque pela trilha da fenda do Aleixo que fica no municipio de Guiné.

Pra chegar no Vale, é preciso primeiro transpôr o paredão da Chapada. Depois de 45 minutos de subida, chegamos ao mirante do Aleixo. Do outro lado está uma planície, ou campo rupestre, chamada de Gerais do Rio Negro, onde já podemos avistar o topo das principais montanhas do Vale.

Mais 40min de caminhada e chegamos até o Rio Negro, onde paramos para almoçar e refrescar:

A água desse rio é bem escura, apesar de limpa, claro. A coloração especial se deve aos detritos e sedimentos das encostas, além da presença de minério de ferro e tanino.

Em geral, no lanche, ou almoço, comemos sanduíches com cenoura ralada, tomate, queijo e atum, com frutas e barras de nuts.


Continuando, seguimos por mais 45 minutos até o famoso e encantador mirante do Vale do Pati:

Dali pegamos a descida íngrime, escorregadia, e com pedras soltas, em direção ao coração do vale, que durou cerca de meia hora. Subimos então mais um pedaço até o mirante do Cruzeiro - que também rendeu fotos maravilhosas - e continuamos por mais 1 hora até a casa do Agnaldo, o nativo, ou local, onde funciona uma hospedaria na qual dormi nas próximas duas noites. Neste dia, percorremos 14 kms.


Existem poucas casas dos nativos, que são alguns poucos residentes remanescentes ainda das familias que viviam do cultivo do café no vale e que hoje vivem do turismo. As casas tem vários quartos de diferentes tamanhos e banheiros compartilhados. Vale lembrar que a energia é solar, então não existe banho quente e com sorte dá pra recarregar os eletrônicos. A dica é correr pro banho logo assim que chega!

Todo o lixo que levamos ou produzimos nós carregamos conosco! Nas diárias completas, estão incluídos um farto jantar e café-da-manhã. A noite, sem sinal de celular, o clima é perfeito para admirar o céu estrelado e fazer amizade com outros viajantes.


2• dia:

O café da manhã é sempre servido as 7 hrs, com uma boa variedade de pães, frutas, bolo e cuscuz.

As 8 saímos pra trilha mais dificil do Vale, a subida do Morro do Castelo, que fica logo em frente a casa.

O bom desse dia, é que podemos deixar a maioria do peso na casa e carregar somente uma mochila de ataque.

A titulo de comparação, pra quem conhece, a trilha do Castelo é equivalente a da Pedra da Gávea no Rio. Grande parte do percurso é subida, com grandes pedras/degraus e pedaçoes de escalaminhada.


Mas depois de uma hora de esforço pesado, ele é recompensado ao chegar na bela gruta com 800 m de comprimento, uma das raras cavernas que a natureza construiu nas alturas:

Somente atravessando-a, (com a ajuda de lanternas), é que chegamos à "varanda" do morro do Castelo, à 1500m de altitude. De lá, é possivel ter uma noção ainda maior da imensidão do Vale!

Depois da descida do Castelo, almoçamos na beira do Rio Funis e subimos pelo Vale em direção às cachoeiras. Passamos pela cachoeira das bananeiras e terminamos o dia com um banho (bem gelado) na cachoeira Funis. No total, percorremos 16kms.


3• Dia:

No ultimo dia de Pati, a missão é percorrer 10km de caminhada pra conhecer um dos lugares mais incriveis da Chapada, o Cachoeirão por cima, que na época das chuvas chega a ter 19 quedas d'agua. Quando eu visitei, somente a fenda principal tinha cascata d'agua - que não está visível nas fotos - mas nem por isso o espetáculo foi menos marcante. Esse mirante de tirar o fôlego e dar frio na barriga fica a simplesmente 280m de altura!


De lá, admirando mais uma vez a beleza das gerais do Rio Negro, com uma pausa pra refrescar, fui me despedindo do Vale, até descermos a fenda do aleixo, nosso ponto de partida, totalizando assim simplesmente 23 kms percorridos em um só dia!


Considerações finais:

Não, não é facil, mas encontrei com pessoas de diferentes níveis de aptidão física e cada um caminha no seu ritmo, mas todos chegam! Posso te garantir que vale muito a pena se desconectar do mundo no incrível Vale do Pati!

Mulheres viajando sozinhas, em nenhum momento me senti insegura. Pode ir tranquila!

Por fim, super indico a agência Volta ao Parque , o meu guia Pedro Paulo (75) 997161005, e outro guia super experiente que conheci por lá: João (75) 991176410

Continuo meu roteiro com mais 1 dia no Vale do Capão e 1 nos arredores de Lençóis.



O que levar:

Tudo depende da quantidade de dias que vai ficar, mas considerando que nós carregamos tudo no primeiro e último dia no Vale do Pati, recomendo levar o mínino e essencial. Nas casas dos nativos, onde ficamos hospedados, há roupas de cama e cobertores, além de café da manhã e jantar. Os ítens do almoço são normalmente carregados pelo guia então comida não é preciso levar, mas como o esforço é muito grande e eu tento me manter vegetariana, carreguei uma barrinha de proteína por dia.

(Conteúdo para 5 dias no total)


Mochila de 40 L:

- 1 casaco de pluma leve

- 1 corta vento/capa de chuva

- 1 blusa manga longa UV

- 3 tops

- 3 blusas

- 3 leggings

- 1 short

- Toalha seca-rápido

- Bota de trilha (o terreno é dificil, então não aconselho tênis! Bolhas acabam com a viagem!)

- Chinelo (pra tomar banho e descansar os pés a noite)

- 4 meias de trilha + 1 meia de lã pra dormir (sim, medo de passar frio!)

- 2 biquinis

- Roupa íntima

- Snacks

- Saco de 1.5L

- Lâmpada de cabeça

- Óculos de sol

- Protetor solar

- Viseira

- Repelente

- Viseira pra dormir (se o quarto for compartilhado e o sono leve, é essencial)

- Álcool em gel

- Massageador de mão para dores musculares (super opcional, mas achei que ajudou muito)

- Máscaras descartáveis (não ia dar pra lavar as reutilizáveis)

- Cadeado

- Carregadores de telefone, câmera e drone + adaptador de tomada

- Drone + controle + baterias

- Osmo Pocket (Câmera)

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