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Gabriela Vieira:

Natural do Rio de Janeiro, mais precisamente Araras, um vale na serra de Petrópolis. Geminiana. Botafoguense com muito orgulho, lançada no mundo com 17 anos, quando comecei minha carreira como modelo. Desde então cigana, curiosa por natureza, apaixonada por viagens, culturas diversas, línguas, culinária e até um pouco de moda...

Morei 5 anos em Milão, 2 em Paris e nos ultimos quase 6 anos, em Nova York. Atualmente de volta a minha origem e cidade do coração, Rio de Janeiro (mas sabe se lá até quando...)

 

  • Writer's pictureGabriela Vieira

Japão (5) Dois dias em Naoshima e Teshima: Ilhas da Arte

Após 10 dias imersos entre a intensidade de Tokyo, a beleza da calmaria de Hakone e a

maravilha das cores de outono em Kyoto, nos dirigimos para as ilhas que estão se firmando cada vez

mais nos roteiros pelo Japão.

Sobre:

Naoshima e Teshima, localizadas ao sul de Kyoto no mar "de dentro" Seto, eram previamente ilhas de pescadores e hoje são conhecidas por "ilhas da arte". Seus museus e obras futurísticas de artistas e arquitetos famosos, muito bem integradas à natureza, "personificam" esse contraste de uma cultura milenar com o mundo moderno. Na verdade, essas ilhas beiravam a decadência quando foram "descobertas" e vitalizadas inicialmente pelo famoso arquiteto japonês Tadao Ando.


Como chegar:

O acesso não é tão simples, então não da pra considerar como um destino "bate-volta" de um dia, mas dois dias já são viáveis. Da estação de Okayama (que fica a 1 hr de Shinkansen - trem bala - de Kyoto ou 3 hrs e 20 min de Tokyo) é preciso pegar um trem local para Uno Port ou Takamatsu Port e então um barco.


Uma dica e tanto é guardar as suas malas grandes na estação de Okayama e então visitar as ilhas somente com uma mochila. De início as instruções parecem complicadas mas é só inserir moedas no valor pedido e nos dia que for retirá-las pagar o excesso de dias, também com moedas. Algumas máquinas aceitam cartão de transporte. No caso, malas grandes custam 700yen por 24hrs. Atenção, o máximo permitido são três dias, depois as malas são removidas para um depósito.




Hospedagem:

Uma das coisas mais legais dessa ilha é o fato de que o Benesse, um dos seus principais museus, é também um hotel onde hóspedes têm incluído traslado de graça entre as atrações da ilha e podem visitar as salas do museu em horários fechados para o publico. Além do mais, as próprias instalações do hotel são um atração a parte e somente acessíveis aos hóspedes, como essa estrutura Oval incrível abaixo, de onde é possível aproveitar o pôr do sol. Ou seja, imperdível né?


No museu existem quartos para diferentes bolsos, mas ainda assim, existem outras acomodações mais simples perto do porto de chegada em Miyanoura.

Itinerário:

1º Dia:






Vindo de cidades populadas e cheias de turistas, ao descer do barco em Naoshima sentimos como se tivéssemos chegado numa cidade fantasma, mas que logo logo mostrou todo seu caráter, visível, por exemplo, nesse "simples" estacionamento para bicicletas, no banheiro publico e nas casas minimalistas da pequena vila de Honmura.








Começamos nosso roteiro no lounge de Honmura pra pegar informações sobre as "Art House", o projeto onde casas abandonadas na vila foram transformadas em instalações de arte por arquitetos e artistas.

(Dica: Se der sorte de pegar o barco que faz duas paradas em Naoshima, desça na segunda parada, em Honmura. Se não, ao desembarcar, pegue o ônibus da cidade que leva até la.)

Começamos por Minamidera, projeto que abriga a imperdivel obra de James Turrel. O interior da casa foi transformado num cubo sem iluminação, onde apos 7 minutos no escuro descobrimos sensações alheias a visão, terminando com uma surpresa pros olhos! (O suspense faz parte!) A visita é feita com hora marcada e em grupos de pessoas então recomendo ir primeiro aqui pegar sua "senha".


De lá espiamos a arquitetura do belo Naoshima Hall, que funciona como lugar de reunião e apresentações para os moradores locais. Por ser uma construção publica, nem sempre está aberto para visitação, mas admirar seu jardim e o imponente teto construído de forma a circular o ar, ja valem a visita pelo lado de fora mesmo.

Almoçamos no charmoso Apron Cafe, onde o menu, interessantíssimo,

é feito pensando nas nossas necessidades e nos ingredientes disponíveis de acordo com cada estacão:






De lá seguimos para o Ando Museum, que de fora parece só mais uma casa "normal" da vila, mas por dentro mostra os contrastes de uma residência de mais de 100 anos com a modernidade, o concreto e as linhas, além da historia do trabalho do renomado arquiteto em Naoshima.

(Em muitas das casas não é permitido tirar fotos do interior)









Na Kadoya Arthouse o chão virou um "mar" de pequenos leds:

Foto Divulgação do site Art Setouchi

O Go'o Shrine tem uma vista linda a beira mar e na instalação escadas de vidro

surgem embaixo da terra levando ao "altar' de um templo.

Não tenho fotos, mas na casa Gokaisho a imagem de uma cachoeira dá o toque especial na antiga casa e na Ishibashi flores camélias contrastam com a madeira e os tatames japoneses.


A casa Haisha, uma das mais interessantes, não é nada minimalista como as outras, pelo contrário, a antiga residência de um dentista é uma colagem repleta de obras pela parte de fora.

Terminamos de explorar Honmura e seguimos na direção do Museu Lee Ufan. É possível percorrer essa distância com os ônibus da cidade, de bicicleta alugada ou a pé mesmo, pra quem gosta de andar, como fizemos.


Mais um projeto do arquiteto Tadao Ando, o museu apresenta obras do artista contemporâneo coreano Lee Ufan. (Novamente, só temos foto do exterior!)


Como nos hospedamos no hotel do museu Benesse, curtimos o pôr-do-sol de lá, a noite vimos a famosa abóbora amarela da célebre artista Yaioy Kusama nos jardins do museu e visitamos as instalações internas, abertas para hóspedes até mais tarde.


2º dia:

Começamos o dia cedo explorando as outras obras externas da incrível Benesse House, aproveitando a integração das obras com a natureza e demos mais uma olhada na "estrela" da ilha:

Algumas obras são interessantíssimas, como a Cylinder Bisected by Plane de Dan Graham,onde separados por um espelho, nossas imagens se confundem:


Então seguimos para o Chichu Art Museum. Chichu em japonês quer dizer dentro da terra, o museu é, literalmente, enterrado, projetado pro Tadao Ando para não interferir muito na beleza da ilha.

Foto Divulgação do site Oficial

Além de cinco obras do pintor Monet no interior, é possível admirar o Chichu Monet's Garden logo na entrada. A obra Open Sky de James Turrell, que é nada mais do que um "buraco" no teto onde admiramos a mudança da luz e a passagem das nuvens é imperdível! Novamente, não foi possível fotografar as obras no interior, mas as "linhas de concreto" de Tadao Ando da construção sim:





Ainda era cedo, então dali pegamos um ônibus em direção ao porto Miyanoura, onde conferimos a Red Pumpkin de Kusama e de onde pegamos o barco em direcão a ilha Teshima, que é menor que Naoshima e possível de visitar em um dia/tarde apenas.

Em 20 minutos de viagem chegamos a Teshima, que é bem mais rural e um tanto deserta.












Descendo no Porto de Ieura, vale espiar a instalação Yokoo House e

de lá se dirigir para o Teshima Art Museum.


Novamente, não é permitido fazer fotos da obra principal, mas é basicamente essa "concha" ao contrário, que é uma única estrutura feita de concreto, com duas aberturas no teto, medindo 40 por 60 metros.

Um dos seus atrativos é ver gotículas de chuva convergindo no meio.

(A foto abaixo é de dentro da estrutura do café que fica ao lado, da qual é possível ter uma idéia da estrutura principal.)





Perto dali ainda nos divertimos com a instalação No One Wins - Multibasket e, infelizmente, demos de cara na porta fechada do Les Archives de Coeur, projeto de anos do artista Christian Boltanski, que grava batidas do coração de pessoas pelo mundo, desde 2008.

Sim, é isso mesmo! Ali é possível escutá-las, gravar a sua, adicionando uma mensagem especial e ainda fazer pesquisas junto ao arquivo.

Ficou pra próxima!










Perto dali, do porto de Karato, pegamos o barco de volta ao continente, rumo a Osaka,

de onde voltamos pra casa.


Acho necessário dizer que mesmo que você não seja lá muito fã de arte moderna,

essas ilhas funcionam como um ótimo refugio e escape das outras cidades grandes e populosas do Japão. Eu amei e recomendo! :-)









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